quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sonhos: "No escuro da sala"

Numa noite de chuva, entrei, atravessando as castanhas portas escancaradas, descendo os três degraus e avançando na semi-luz da sala do simpático bar. Dirigindo-me até ao balcão reparei na música que preenchia o ambiente sombria mas acolhedor.
Lá estava ela no canto. Ela que até aquela noite não voltara a dirigir a palavra, ergueu-se e estendeu de forma delicada o seu braço, com a palma da mão virada para cima em minha direção. Eu senti em mim um tremor, um arrepiar nas costas seguido de um ligeiro aperto na barriga. "Que quererá ela de mim?" - disse para mim próprio.
Foi então que sussurrou: "Dança comigo.", sorriu e apertou a minha mão que foi de encontro à dela.
Começamos a dançar.
Ela envolveu seus braços em mim, como se desse um forte abraço repleto de saudades, senti até um respirar fundo, como se estivesse a ingerir o meu perfume.
Dançamos lentamente em silêncio. Senti o seu corpo quente e seu coração a acalmar junto ao meu corpo.
Ela então rompeu o silêncio e encostou sua cabeça ao meu ombro.
- Senti a tua falta. Continuo magoada. Mas não aguentava mais estar sem teus braços à minha volta. - olhou para mim com um novo ligeiro sorriso e um brilho nos seus olhos. - Sempre quis dançar assim contigo. Não me largues hoje.
Trrrriiimmmmmmmm!!!! - Acordei e tudo aquilo diluísse no ar, quando as minhas pálpebras se abriram.

Anónimo

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