MOMENTOS FUGIDIOS NUM
PRESENTE PERDIDO
Sempre
que perdemos a noção do tempo, procuramos paz ou cresce a adrenalina no nosso
interior.
Sinto
que por vezes, que estou amaldiçoado com o feitiço temporal lançado pelas três
irmãs cegas do monte de Olimpo, as Moiras.
Julgo
que sou um simples, um humilde cavaleiro neste mundo turbulento e tumultuoso,
que cada dia é uma revolta ou um tornado.
O
feitiço provoca a perda momentânea da razão, o tempo então aproveita para
realizar a sua fuga e abandonar-me nas garras do monstro sedutor, com formas
curvas que cerca o meu pequeno forte, onde bate ritmada uma melodia constante e
monótona.
Este
belíssimo monstro usa-me de forma descarada, escraviza o meu forte, ordena que
eu me perca no mundo em destruição. Onde os valores são memórias de um tempo
que faleceu abandonado em idos de um outono.
Mas
porquê que o forte despedaçado ainda é habitado por fantasmas de desejos,
vontades e ternuras por entidades divinas que exerceram a sua magia, acorrentam
todos os habitantes do forte e escravizam sem dó.
E
de tal forma que este cavaleiro se encontra perdido, as ervas, pequenas flores
começam a brotar dos escombros do forte. Algo que deveria ser impossível, pois
o ser alado que trouce a luz, regou os fragmentos, tem o seu reino, o seu
imperador.
O
mundo em que eu acordo está em constante tormento por furacões que abatem consecutivamente
os fortes que ainda existem. Sinto-me perdido, não sei em que momento estou.
Preciso de uma bússola que me oriente nesta linha temporal, que se enrola e
prende os meus pensamentos e vontade. (…)