sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dragão de sangue - Momentos assim… cantos escondidos… feitiço.


Há muito tempo existia um Dragão de Sangue que fugia da sua dor, escondendo-se no seu covil escuro.
Era um dragão raro, único como todos os outros. Um ser de valor inestimável, de grande importância, mas um solitário como muitos outros, a diferença era, somente o facto de ter sido amaldiçoado há muito tempo, num tempo em que as feiticeiras e magas lutavam nas sombras contra os feiticeiros e magos.
Voltemos ao nosso Dragão de Sangue, um ser amaldiçoado que sobrevive fugindo à sua dor que o rasga interiormente, provocando mudanças que o tornam naquilo que todos dizem ele ser, um monstro, um ser mau. Ao contrario de outros que o vêem como um ser bonito e magnifico, bom e meigo.
O Dragão de Sangue saia de vez enquanto do seu covil para esticar as suas asas e refrescar o ar dos seus pulmões. E num desses dias, de noite, como outros, ele encontrou a linda Princesa a passear pelos jardins, aproveitando o luar e a melodia nocturna.
O Dragão de Sangue, ama mas não é correspondido, e ainda se sente mais só. Ele pensava que seria esta a Princesa que o iria retirar daquela vida amaldiçoada.
Mas, foi um engano, uma ilusão. A Princesa diz ver o valor no dragão, mas tem pavor do Dragão de Sangue, não acredita que ele seja mais que um dragão de sangue, que este se torne num ser diferente, num homem, que outrora foi em tempos, que é ainda, mas transformado neste ser aparentemente horrível por um cruel feitiço.
Ele faria tudo por ela, ele tenta se esconder, voa bem alto com a esperança que as asa se cansem e ele se afunde a pico a alta velocidade, até se fundir com o chão e deixar de sentir a batida do seu coração quebrado em vários pedaços.
Todos os dias ele amaldiçoa a altura que foi enfeitiçado. Colocado nesta horrível prisão.
Ele só queria sentir o calor de uma carícia, o húmido dos seus lábios, o conforto do abraço, o odor do seu perfume natural. Ela é a brisa fresca num deserto, a calma das águas de um lago, a melodia de um bando de pássaros do paraíso, o calor de uma lareira numa tempestade de gelo. Ela é a princesa que ele se enamorou.

Nenhum comentário: